Tribuna Livre: Artesã destaca feiras artesanais e oficinas que são realizadas com materiais recicláveis da indústria moveleira

Na reunião ordinária da Câmara Municipal de Ubá desta segunda feira (14), a senhora Vera Lúcia Miranda Martins Magaton usou a Tribuna Livre para falar sobre feiras artesanais e oficinas que são realizadas com materiais recicláveis da indústria moveleira.
“É com muito prazer que eu estou aqui, porque há quase 15 anos a gente tem feiras na Praça São Januário, feiras de artesanato, e agora a gente conseguiu na Praça da Independência e no Calçadão da São José. O trabalho de artesão é um trabalho muito árduo, a gente carrega barraca, produz o produto, vende, estamos sempre em movimento, a gente também agora tem muita demanda de oficinas, nos CRAS, nos CAPs, nas escolas, então, cresceu muito o artesanato, mas a visão do povo para o artesanato ainda é pouca, a gente recolhe também material reciclado, a gente produz com esse material, e a gente tem muito apoio das empresas, mas a gente não tem como buscar material, a gente não tem como ver o material, tem muita coisa que a gente pode aproveitar, ajudar a população, criar renda, até trouxe peças ali para vocês olharem, e toda semana a gente está em algum lugar fazendo essas feiras.
O Natal está ali, ele sabe que a gente recolhe material há mais de seis anos e nós queremos um apoio para a gente renovar nossas barracas, para a gente ter uma cooperativa, para crescer esse trabalho de reciclagem de Ubá, porque pode ser um meio de muito emprego para muita gente, serviço próprio, trabalho próprio, não precisa ser um CLT para produzir artesanato, o artesanato é um trabalho de economia solidária, é um trabalho livre, e a gente precisa que os vereadores aqui presentes tenham uma visão sobre isso, porque Ubá é o segundo Polo Moveleiro do Brasil e muito do material reciclado que é desperdiçado, não utilizado, pode atender a muitas pessoas aqui em Ubá.
Muita coisa é jogada fora, é pago para cremação, sendo que aqui em Ubá tem muitas mães, pais, pessoas deficientes, eu mesma tenho fibromialgia, então não posso trabalhar, dependo do artesanato, para fazer uma segunda renda. Então, dá para a gente unir essa força da reciclagem e criar um trabalho enorme aqui em Ubá, atender até o Brasil.
Então, precisamos que vocês tenham essa visão para ouvir a gente criar demanda sobre isso e ter um trabalho que beneficie toda a população ubaense. Queremos que vocês tirem o tempo, vão nas feiras, conversem com as artesãs, não só artesãs, mas também com os oficineiros. A gente tem vários em Ubá, somos mais de 20 oficineiros, e artesãs somos mais de 50 na rua, fora aquela dona de casa que está aí, faz o seu artesanato, vende para os vizinhos, os parentes. Então, precisamos de uma visão maior para essa junção de artesanato e reciclagem.
Gente, todo mundo tem um artesão em casa, seja mãe, seja avó, seja filha, tudo que é arte de pintura, reciclagem, e uma coisa enorme que aprendi lá na Estofados Ferrari é que todo estofador, toda pessoa que trabalha em fábrica de móveis é um artesão. Por quê? Não existe sofá feito por máquina, não existe.
Gente, estofador, sofá, é tudo na mão. Os calos crescem nas mãos e é tudo feito à mão, é uma peça com carinho. Todo mundo tem um sofá em casa.
Então, pensa ali quantas mãos aram ali, quantos artesãos. A parte de estofamento é toda manual, não existe máquina para estofar. Então, quer dizer, Ubá é o polo maior, talvez, do Brasil de artesãos, porque a partir de uma pessoa que desenha o sofá, que faz ele, é tudo à mão.
As outras peças são feitas em máquinas, mas sofá, estofados, não, é à mão. Aprendi com ele, meu grande mestre, Natal. Sou muito grata por tudo que eles fizeram por mim”. Declarou Vera Lúcia Miranda Martins Magaton