Fibromialgia em debate: Dr. Carlos Eduardo Sardinha esclarece e emociona durante audiência pública na Câmara Municipal de Ubá

Fibromialgia em debate: Dr. Carlos Eduardo Sardinha esclarece e emociona durante audiência pública na Câmara Municipal de Ubá

Em uma noite de profunda informação e sensibilização, a Câmara Municipal de Ubá recebeu na quarta-feira (21) a audiência pública dedicada ao debate sobre a fibromialgia e dor crônica, com palestra do renomado médico ortopedista Dr. Carlos Eduardo Sardinha. A iniciativa partiu da vereadora Aline Melo, integrante da Comissão de Pessoas com Deficiência, e reuniu pacientes, familiares, profissionais da saúde e autoridades.

Com um discurso repleto de dados, história e empatia, Dr. Sardinha ofereceu uma verdadeira aula sobre a fibromialgia — condição que afeta milhões de pessoas, caracterizada por dor crônica generalizada, fadiga intensa, distúrbios do sono e alterações cognitivas.

“O que dói não é só o corpo. É a energia, o sono, a dignidade. Quem sente, sabe. Quem cuida, entende”, disse o especialista, arrancando aplausos e comoção do público presente. Segundo ele, a fibromialgia foi reconhecida mundialmente como doença a partir de estudos científicos consolidados entre 2002 e 2008, com o uso da ressonância nuclear magnética funcional.

Durante a palestra, Dr. Sardinha explicou com clareza o caminho percorrido pela medicina para reconhecer a fibromialgia como enfermidade legítima e alertou para os impactos psicológicos profundos: “Estudos apontam que de 30% a 50% dos pacientes com fibromialgia já pensaram em suicídio pelo menos uma vez. É uma estatística alarmante que reforça a urgência do acolhimento.”

O médico também fez uma analogia didática ao comparar o sistema de dor a um alarme de prédio futurista, que, quando desregulado, dispara sem razão aparente. “A dor crônica é, muitas vezes, o reflexo de um sistema de dor que se desorganizou, e precisa de cuidado multidisciplinar, empatia e compreensão.”

A vereadora Aline Melo destacou a importância da audiência: “Essa luta é de todas as pessoas que convivem com a dor invisível. Estamos aqui para ouvir, aprender e construir políticas públicas que acolham essas vozes.”

Apesar do reconhecimento internacional da fibromialgia, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a não implementação do CID-11 — a nova classificação internacional de doenças — adiada para 2027. Segundo o Dr. Sardinha, isso dificulta o o de pacientes a benefícios e tratamentos adequados.

A audiência pública reforçou o papel essencial da informação e da escuta ativa como caminhos para transformar realidades. Ao final, ficou o apelo coletivo por mais empatia, respeito e políticas de cuidado para quem enfrenta a dor invisível todos os dias.

Confira na íntegra a participação do Dr. Sardinha:

Por: Redação Zona da Mata News