Caminhada em Ubá reforça a luta no combate à violência contra a mulher

Na manhã deste sábado, 26 de março de 2022, aconteceu a 1ª Caminhada de Combate à Violência Contra a Mulher da 30ª Subseção da OAB MG, partindo da Praça São Januário em direção ao Bairro Noême Batalha. Na ocasião a Advogada, Defensora Pública e Professora Universitária, Dra. Stela Gonçalves, recebeu uma bela homenagem.
O evento foi realizado pela Caixa de Assistência dos Advogados de MG e teve o apoio dos Estofados Ferrari, Supermercado Vieirão, Sacolão Catalão, Copasa, Supermercado Carinho, Polícia Militar, Prefeitura de Ubá, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Aciubá e Intersind.
O Presidente da OAB Subseção Ubá, Miguel Poggiali Gasparoni, falou a nossa reportagem sobre a importância de dizer não à violência contra as mulheres:
“Graças a Deus temos um número significativo, não esperávamos tantas pessoas participando aqui desse dia da violência contra a mulher. Um dia que nós marcamos no estado todo.
A Caixa de Assistência dos Advogados promoveu em toda Minas Gerais onde nós temos subseções. Estamos fazendo esse movimento exatamente contra à violência contra a mulher, não violência doméstica, mas especificamente contra a mulher. Estamos aqui reunidos para fazer uma caminhada rumo ao bairro Noême Batalha, onde nós vamos parar na frente da casa da doutora Estelinha, Doutora Maristela Gonçalves, que foi professora Universitária, defensora pública, atual advogada, para lhe prestar uma homenagem em nome de todas as mulheres de Ubá e em nome de todas advogadas de Ubá.
Precisamos realmente combater a violência contra a mulher, porque a gente aprendeu quando criança que não se bate em uma mulher nem com uma rosa. Então a gente é contra todo tipo de violência, mas especialmente nesse mês de março, que se comemora o Dia Internacional da Mulher, essa é a nossa homenagem às mulheres de Ubá”. Relatou o presidente da subseção de Ubá, Miguel Poggiali Gasparoni
Logo após as homenagens uma mesa de frutas foi posta e os presentes puderam confraternizar-se e falaram sobre a linda ação que teve o objetivo de conscientização.
A violência contra as mulheres é uma realidade, uma triste e revoltante realidade. Tomemos por base os dados relativos à violência letal e sexual praticada contra meninas e mulheres no Brasil, que integram o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, apresentado, neste mês, pelo Fórum Brasileiro de Segurança em alusão ao Dia Internacional da Mulher.
De acordo com o Anuário, entre março de 2020 — início da pandemia de Covid-19 — e dezembro de 2021, foram registrados 2.451 feminicídios. Quanto aos crimes sexuais, neste mesmo período, 100.398 meninas e mulheres registraram casos de estupro e estupro de vulnerável no país.
Há o que celebrar, considerando que, em 2021, em média, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas?
Há o que festejar, tendo em conta que, no ano ado, uma menina ou mulher foi vítima de estupro a cada 10 minutos?
Dizem que o progresso acontece fora da zona de conforto. Nesse contexto, sair da zona de conforto é trazer ao debate uma pauta que incomoda. Receber, mas não se contentar com as flores e felicitações no mês de março.
A vulnerabilidade econômica e social são fatores determinantes no que diz respeito à violência. Pensando nisso, quantas dessas mulheres, sobreviventes de violência doméstica e sexual no nosso país, têm o a terapias, redes de apoio, profissionais especializados?
Precisamos, assim, de mais políticas públicas. Políticas de prevenção, mas também políticas de acolhimento.
Com ainda tantas mudanças necessárias, será que aguardamos um cenário utópico para que o mês de março possa ser celebrado?
Já dizia Eduardo Galeano que a utopia é aquilo que faz com que não deixemos de caminhar. Que possamos construir esse caminho, dia após dia, reconhecendo os esforços anteriores e almejando um horizonte igualitário e livre de violência.