Patrimônio Natural: 13 de dezembro é comemorado o Dia da Manga Ubá

A nossa manga ubá se tornou “patrimônio natural” e a mangada (doce feito da manga) , “patrimônio imaterial”, conforme decreto municipal 4258 de 13 de dezembro de 2003.
A manga é uma fruta originária da Ásia e que foi trazida para Brasil pelos colonizadores a partir do século XVI. Se adaptou muito bem e por aqui se alastrou. Mas vale ressaltar que embora contribua com a alimentação da fauna, não é recomendado a plantação da mesma às margens de ribeirões, rios pois seus frutos, ao caírem no leito, podem prejudicar a qualidade de vida de peixes.
A espécie “Ubá” que temos em grandes quantidades por aqui é considerada a mais propícia para a fabricação de polpas e sucos por ser mais doce e menos fibrosa que outras variedades.
Em torno dela também se criou uma crença do “chupar a fruta” antes do ano virar. Quem chupa manga é sinal de que conseguiu vencer mais um ano. É comum por aqui dizer que alguém vai morrer antes do ano terminar usando a seguinte expressão: “este(a) não vai chupar manga.”
Embora a fruta acabou se tornando uma espécie de atrativo turístico por aqui, não sabemos utilizar o valor que a manga ubá traz para a cidade. Não temos a nível local , nenhum trabalho sólido em torno de produtores da fruta, que possa agregar valor ao produto e impulsionar a economia. A maioria são pequenos produtores que vendem a fruta a beira de rodovias ou deslocam estes frutos para pequenos comércios locais.
Poderíamos ter na cidade uma cooperativa que adquirisse os frutos dos “produtores de quintal” e fizesse em nossa cidade a transformação do produto levando a marca da cidade para vários locais. O nordeste por exemplo, arrecada bilhões com a exportação do fruto para países europeus e por aqui não temos um projeto com esta finalidade. Poderíamos ter incentivos em IPTU para moradores que tivessem e cultivassem mangueiras em suas residências. Além do fruto, é uma forma de melhorar as condições do meio ambiente pois se trata de uma árvore de grande porte e capaz de auxiliar substancialmente nas trocas de gases da atmosfera por oxigênio limpo.
Outra opção é uma festa maciça e bem trabalhada em torno da fruta ao final do ano que possa atrair turistas a fim de conhecerem a cidade, adquirir produtos oriundos da fruta e movimentar a hotelaria e outros setores da economia local.
Neste dia 13 de Dezembro fica a reflexão: Ainda não sabemos utilizar toda a força deste fruto que também leva o nome de nossa cidade. Temos visto também a quantidade das mangueiras diminuírem com o avanço de “loteamentos” e uma política muito iva com relação a derrubada de árvores quase centenárias em nome de um “avanço” da cidade.
Proteja as mangueiras, plante a sua própria e VIVA A MANGA UBÁ!
Texto: Bruno Pinheiro (grad.em História)