Senado aprova PEC com pacote de auxÃlios a carentes e a caminhoneiros
O Senado aprovou hoje (30), em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 1, que traz um pacote de medidas para diminuir os impactos gerados pela alta dos combustÃveis e aumentar o valor de benefÃcios sociais. Após vários arranjos e negociações, uma PEC com propostas do governo para compensar os estados e o Distrito Federal pela redução do ICMS sobre o diesel se transformou em uma proposta para ampliar o valor do AuxÃlio Brasil, programa assistencial que substituiu o Bolsa FamÃlia, dentre outras medidas. Da PEC 16, que acabou apensada à PEC 1, o único ponto que restou foi a compensação aos estados que reduzirem a alÃquota de ICMS sobre o etanol. A PEC aprovada hoje também traz o pagamento do voucher caminhoneiro, no valor de R$ 1 mil mensais por cinco meses. Outra proposta é a inclusão de mais 1,6 milhão de famÃlias no AuxÃlio Brasil, programa que substituiu o Bolsa FamÃlia. Além de aumentar significativamente o número de beneficiários do programa social, há previsão de um incremento de R$ 200 no valor do programa até dezembro deste ano. Agora, a PEC segue para análise da Câmara. A aprovação da PEC contou com votos de alguns senadores que se manifestaram contra trechos da proposta, discordaram de parte do texto, mas votaram favoravelmente. A justificativa foi de que os mais carentes precisam de ajuda neste momento de crise no qual vive o paÃs. Para ajudar na aprovação da PEC, o relator, Fernando Bezerra (MDB-PE), retirou um dispositivo do texto que daria uma espécie de âcheque em brancoâ para o governo gastar com auxÃlios sem ficar sujeito à aplicação de âqualquer vedação ou restrição prevista em norma de qualquer naturezaâ. Bezerra afirmou que o texto não extrapola os limites legais, mas atua de forma emergencial. âO texto recolheu as principais preocupações, de modo que pudéssemos respeitar o mandamento jurÃdico do paÃs, mas podendo agir de forma emergencial, como exige a situação que estamos enfrentandoâ. Estado de Emergência A oposição questionou muito a possibilidade prevista na PEC de o governo decretar Estado de Emergência. Esse dispositivo foi inserido na proposta para o governo não correr risco de cometer crime eleitoral ao rear benefÃcios assistenciais a menos de três meses das eleições. A criação desse tipo de benefÃcio é proibida em ano de eleições. A única exceção é justamente durante a vigência de Estado de Emergência. Segundo Bezerra, no entanto, as medidas autorizadas por um eventual decreto de Estado de Emergência serão somente aquelas previstas na PEC, sem a possibilidade de novos programas usarem a PEC para ampliar os gastos. âNão resta dúvidas, pois, de que não haverá brecha ou espaço para novas medidas ou ampliação de gastos dessas mesmas medidasâ, disse Bezerra. Taxistas Horas antes da votação, o relator incluiu um trecho que garante também benefÃcios para os taxistas, outra categoria, assim como os caminhoneiros, afetada diretamente pela alta dos combustÃveis. O auxÃlio vai custar mais R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Os motoristas de aplicativos e mototaxistas não estão incluÃdos na medida. Também foi incluÃdo um suplemento orçamentário de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, regulamentado em dezembro do ano ado. Trata-se de um programa de aquisição de alimentos de produtores rurais familiares, extrativistas, pescadores artesanais, povos indÃgenas e demais populações tradicionais. Bezerra também incluiu um trecho que proÃbe o governo de fazer publicidade sobre pagamento desses benefÃcios. A medida agradou a oposição, já que dificulta uma tentativa de capitalizar politicamente com esses benefÃcios a três meses das eleições. AuxÃlio Brasil A PEC prevê a inclusão de mais 1,6 milhão de famÃlias que aguardam cadastro no AuxÃlio Brasil, zerando, assim, a fila de espera do programa. Além de aumentar o número de beneficiários do programa social, há previsão de um incremento de R$ 200 no valor do programa até dezembro deste ano. Com o aumento, o custo adicional será de cerca de R$ 26 bilhões. A justificativa para o adicional no auxÃlio, segundo Bezerra, é a exacerbação do quadro inflacionário brasileiro e a inflação de dois dÃgitos, que tem consumido a renda dos mais pobres. Transporte de idosos Em relação ao transporte público de ageiros, o texto que será apresentado trará compensação à s empresas pela gratuidade para idosos no transporte urbano, metropolitano e semi-urbano, inclusive o existente dentro de uma mesma Região Integrada de Desenvolvimento (Ride). O Distrito Federal, com seu entorno, tem a maior do paÃs. Para a medida, o custo será de R$ 2,5 bilhões. A intenção é aliviar o sistema também prejudicado pela elevação do preço do diesel. Etanol O texto prevê ainda a modificação na forma de ressarcimento aos estados na redução da tributação do etanol hidratado. Segundo Bezerra, para dar mais equilÃbrio aos preços finais da gasolina e do álcool, influenciados pelo teto de 17% de arrecadação de ICMS, o governo precisará rear o valor d

O Senado aprovou hoje (30), em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) 1, que traz um pacote de medidas para diminuir os impactos gerados pela alta dos combustÃveis e aumentar o valor de benefÃcios sociais. Após vários arranjos e negociações, uma PEC com propostas do governo para compensar os estados e o Distrito Federal pela redução do ICMS sobre o diesel se transformou em uma proposta para ampliar o valor do AuxÃlio Brasil, programa assistencial que substituiu o Bolsa FamÃlia, dentre outras medidas.
Da PEC 16, que acabou apensada à PEC 1, o único ponto que restou foi a compensação aos estados que reduzirem a alÃquota de ICMS sobre o etanol. A PEC aprovada hoje também traz o pagamento do voucher caminhoneiro, no valor de R$ 1 mil mensais por cinco meses. Outra proposta é a inclusão de mais 1,6 milhão de famÃlias no AuxÃlio Brasil, programa que substituiu o Bolsa FamÃlia. Além de aumentar significativamente o número de beneficiários do programa social, há previsão de um incremento de R$ 200 no valor do programa até dezembro deste ano. Agora, a PEC segue para análise da Câmara.
A aprovação da PEC contou com votos de alguns senadores que se manifestaram contra trechos da proposta, discordaram de parte do texto, mas votaram favoravelmente. A justificativa foi de que os mais carentes precisam de ajuda neste momento de crise no qual vive o paÃs.
Para ajudar na aprovação da PEC, o relator, Fernando Bezerra (MDB-PE), retirou um dispositivo do texto que daria uma espécie de âcheque em brancoâ para o governo gastar com auxÃlios sem ficar sujeito à aplicação de âqualquer vedação ou restrição prevista em norma de qualquer naturezaâ. Bezerra afirmou que o texto não extrapola os limites legais, mas atua de forma emergencial.
âO texto recolheu as principais preocupações, de modo que pudéssemos respeitar o mandamento jurÃdico do paÃs, mas podendo agir de forma emergencial, como exige a situação que estamos enfrentandoâ.
Estado de Emergência
A oposição questionou muito a possibilidade prevista na PEC de o governo decretar Estado de Emergência. Esse dispositivo foi inserido na proposta para o governo não correr risco de cometer crime eleitoral ao rear benefÃcios assistenciais a menos de três meses das eleições. A criação desse tipo de benefÃcio é proibida em ano de eleições. A única exceção é justamente durante a vigência de Estado de Emergência.
Segundo Bezerra, no entanto, as medidas autorizadas por um eventual decreto de Estado de Emergência serão somente aquelas previstas na PEC, sem a possibilidade de novos programas usarem a PEC para ampliar os gastos. âNão resta dúvidas, pois, de que não haverá brecha ou espaço para novas medidas ou ampliação de gastos dessas mesmas medidasâ, disse Bezerra.
Taxistas
Horas antes da votação, o relator incluiu um trecho que garante também benefÃcios para os taxistas, outra categoria, assim como os caminhoneiros, afetada diretamente pela alta dos combustÃveis. O auxÃlio vai custar mais R$ 2 bilhões aos cofres públicos. Os motoristas de aplicativos e mototaxistas não estão incluÃdos na medida.
Também foi incluÃdo um suplemento orçamentário de R$ 500 milhões ao programa Alimenta Brasil, regulamentado em dezembro do ano ado. Trata-se de um programa de aquisição de alimentos de produtores rurais familiares, extrativistas, pescadores artesanais, povos indÃgenas e demais populações tradicionais.
Bezerra também incluiu um trecho que proÃbe o governo de fazer publicidade sobre pagamento desses benefÃcios. A medida agradou a oposição, já que dificulta uma tentativa de capitalizar politicamente com esses benefÃcios a três meses das eleições.
AuxÃlio Brasil
A PEC prevê a inclusão de mais 1,6 milhão de famÃlias que aguardam cadastro no AuxÃlio Brasil, zerando, assim, a fila de espera do programa. Além de aumentar o número de beneficiários do programa social, há previsão de um incremento de R$ 200 no valor do programa até dezembro deste ano.
Com o aumento, o custo adicional será de cerca de R$ 26 bilhões. A justificativa para o adicional no auxÃlio, segundo Bezerra, é a exacerbação do quadro inflacionário brasileiro e a inflação de dois dÃgitos, que tem consumido a renda dos mais pobres.
Transporte de idosos
Em relação ao transporte público de ageiros, o texto que será apresentado trará compensação às empresas pela gratuidade para idosos no transporte urbano, metropolitano e semi-urbano, inclusive o existente dentro de uma mesma Região Integrada de Desenvolvimento (Ride).
O Distrito Federal, com seu entorno, tem a maior do paÃs. Para a medida, o custo será de R$ 2,5 bilhões. A intenção é aliviar o sistema também prejudicado pela elevação do preço do diesel.
Etanol
O texto prevê ainda a modificação na forma de ressarcimento aos estados na redução da tributação do etanol hidratado. Segundo Bezerra, para dar mais equilÃbrio aos preços finais da gasolina e do álcool, influenciados pelo teto de 17% de arrecadação de ICMS, o governo precisará rear o valor de R$ 3,8 bilhões aos estados. Esse dinheiro será aplicado em créditos tributários.
O critério de distribuição desse valor é o nÃvel de consumo do etanol em cada unidade federativa. São Paulo deve ficar com cerca de 55% dos recursos, segundo o parlamentar. Antes de sair do papel, no entanto, caberá aos governadores definirem legislação especÃfica para distribuição desses créditos.
Com exceção da inclusão de novas famÃlias no AuxÃlio Brasil, todas as demais medidas terão validade apenas até 31 de dezembro deste ano, inclusive o incremento de R$ 200 no programa que substituiu o Bolsa FamÃlia.