CBIC: 46,7% dos empresários da construção estão preocupados com custos
A alta nos preços de insumos é o que mais tem preocupado empresários da construção civil. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o problema foi mencionado por 46,7% dos empresários do setor, no levantamento Desempenho Econômico da Indústria da Construção Civil e Perspectivas, divulgado hoje (25). à o percentual mais alto registrado desde o primeiro trimestre de 2015. Ainda segundo o levantamento, há sete trimestres consecutivos o alto custo dos insumos vem sendo apontado como o principal problema do setor. Tendo por base o Ãndice Nacional do Custo da Construção (INCC), a CBIC informou que a inflação registrada para materiais e equipamentos usados pelo setor ficou em 51,21% entre janeiro de 2020 e março de 2022. Entre as variações expressivas destacadas pela CBIC figuram a de condutores elétricos (91,9%), tubos e conexões de PVC (91,8%), vergalhões e arames de aço ao carbono (81,5%) e eletroduto de PVC (70,8%). Peso do PIB O aumento de gastos acabou por influenciar o Produto Interno Bruto (PIB) do setor, gerando crescimento de 9,7% em 2021. Segundo Ieda Vasconcelos, economista da CBIC, a variação do PIB da construção civil surpreendeu em 2021, mas isso se deve à s bases de comparação, uma vez que, em 2020, houve um recuo de 6,7% nesse item. âA projeção para 2022 é de crescimento de 2,5%, mas isso se deve também à base de comparação com os 9,7% de 2021. O problema é que, se continuarmos crescendo 2,5% ao ano, só em 2033 atingiremos o nÃvel de atividades observado em 2014. [Mantendo este Ãndice,] o setor vai trabalhar ainda por 11 anos abaixo do seu pico de atividadesâ, explicou a economista. Menor rentabilidade Ieda ressaltou que, mesmo com esse crescimento, o setor perdeu participação no PIB nacional, caindo para 2,6% em 2021. "à o menor patamar da história", explicou. Para se ter uma ideia de como é ruim essa participação atual do setor de construção civil no PIB nacional, a CBIC o compara com os anos de pico - entre 2010 e 2014 - quando o PIB se mantinha sempre acima de 6,2%, chegando a 6,5% em 2012. O presidente da CBIC, José Carlos Martins, explicou esse crescimento do setor, que veio acompanhado de perda de participação no PIB do paÃs. âO que cresceu foi o valor agregado, porque considerou o aumento dos insumos. Isso acabou por tirar rentabilidade daqueles que executam as obras. Assim sendo, o resultado não ficou com o setor, mas com os fornecedoresâ. Alta de juros Um outro fator que tem sido fonte de preocupação dos empresários do setor é a alta de juros. âA preocupação com a alta de insumos divide espaço com a preocupação que temos com a alta de jurosâ, afirmou o presidente da CBIC. Segundo ele, a preocupação com os juros é a que mais tem ganhado força, sendo citada entre os principais problemas da construção civil por 26,7% dos empresários do setor no primeiro trimestre de 2022. âEste é o maior patamar desde o segundo trimestre de 2017 (27,9%). Em relação aos primeiros três meses de 2021, que era 11,6%, a alta [dos juros] foi de 15,1 pontos percentuaisâ, detalhou. Poder de compra A alta dos juros dificulta também o poder de compra das famÃlias, o que preocupa a CBIC. Por isso, a entidade defende programas sociais voltados a habitações mais simples. âO Programa Casa Verde e Amarela é o que dá o ao primeiro imóvel de uma famÃliaâ, disse José Carlos Martins. âPrecisamos recompor o poder de compra das famÃlias. Além disso, estados que receberam menos apoio desse programa foram os que apresentaram os piores Ãndices. Por isso, precisamos ter em mente o aspecto de que arrumar desequilÃbrios regionais é muito importanteâ, acrescentou ao citar Pará, Maranhão, Tocantins, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre, PiauÃ, ParaÃba, Amazonas, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte. Outra preocupação destacada pelos empresários consultados pela CBIC é a âfalta ou o alto custo do trabalhador qualificadoâ, citado por 18,2% dos participantes da pesquisa, além da demanda interna insuficiente, mencionada por 16,5% dos empresários.

A alta nos preços de insumos é o que mais tem preocupado empresários da construção civil. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o problema foi mencionado por 46,7% dos empresários do setor, no levantamento Desempenho Econômico da Indústria da Construção Civil e Perspectivas, divulgado hoje (25).
à o percentual mais alto registrado desde o primeiro trimestre de 2015. Ainda segundo o levantamento, há sete trimestres consecutivos o alto custo dos insumos vem sendo apontado como o principal problema do setor.
Tendo por base o Ãndice Nacional do Custo da Construção (INCC), a CBIC informou que a inflação registrada para materiais e equipamentos usados pelo setor ficou em 51,21% entre janeiro de 2020 e março de 2022.
Entre as variações expressivas destacadas pela CBIC figuram a de condutores elétricos (91,9%), tubos e conexões de PVC (91,8%), vergalhões e arames de aço ao carbono (81,5%) e eletroduto de PVC (70,8%).
Peso do PIB
O aumento de gastos acabou por influenciar o Produto Interno Bruto (PIB) do setor, gerando crescimento de 9,7% em 2021. Segundo Ieda Vasconcelos, economista da CBIC, a variação do PIB da construção civil surpreendeu em 2021, mas isso se deve às bases de comparação, uma vez que, em 2020, houve um recuo de 6,7% nesse item.
âA projeção para 2022 é de crescimento de 2,5%, mas isso se deve também à base de comparação com os 9,7% de 2021. O problema é que, se continuarmos crescendo 2,5% ao ano, só em 2033 atingiremos o nÃvel de atividades observado em 2014. [Mantendo este Ãndice,] o setor vai trabalhar ainda por 11 anos abaixo do seu pico de atividadesâ, explicou a economista.
Menor rentabilidade
Ieda ressaltou que, mesmo com esse crescimento, o setor perdeu participação no PIB nacional, caindo para 2,6% em 2021. "à o menor patamar da história", explicou.
Para se ter uma ideia de como é ruim essa participação atual do setor de construção civil no PIB nacional, a CBIC o compara com os anos de pico - entre 2010 e 2014 - quando o PIB se mantinha sempre acima de 6,2%, chegando a 6,5% em 2012.
O presidente da CBIC, José Carlos Martins, explicou esse crescimento do setor, que veio acompanhado de perda de participação no PIB do paÃs. âO que cresceu foi o valor agregado, porque considerou o aumento dos insumos. Isso acabou por tirar rentabilidade daqueles que executam as obras. Assim sendo, o resultado não ficou com o setor, mas com os fornecedoresâ.
Alta de juros
Um outro fator que tem sido fonte de preocupação dos empresários do setor é a alta de juros. âA preocupação com a alta de insumos divide espaço com a preocupação que temos com a alta de jurosâ, afirmou o presidente da CBIC.
Segundo ele, a preocupação com os juros é a que mais tem ganhado força, sendo citada entre os principais problemas da construção civil por 26,7% dos empresários do setor no primeiro trimestre de 2022.
âEste é o maior patamar desde o segundo trimestre de 2017 (27,9%). Em relação aos primeiros três meses de 2021, que era 11,6%, a alta [dos juros] foi de 15,1 pontos percentuaisâ, detalhou.
Poder de compra
A alta dos juros dificulta também o poder de compra das famÃlias, o que preocupa a CBIC. Por isso, a entidade defende programas sociais voltados a habitações mais simples. âO Programa Casa Verde e Amarela é o que dá o ao primeiro imóvel de uma famÃliaâ, disse José Carlos Martins.
âPrecisamos recompor o poder de compra das famÃlias. Além disso, estados que receberam menos apoio desse programa foram os que apresentaram os piores Ãndices. Por isso, precisamos ter em mente o aspecto de que arrumar desequilÃbrios regionais é muito importanteâ, acrescentou ao citar Pará, Maranhão, Tocantins, Amapá, Roraima, Rondônia, Acre, PiauÃ, ParaÃba, Amazonas, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Outra preocupação destacada pelos empresários consultados pela CBIC é a âfalta ou o alto custo do trabalhador qualificadoâ, citado por 18,2% dos participantes da pesquisa, além da demanda interna insuficiente, mencionada por 16,5% dos empresários.